sábado, 1 de outubro de 2011

mais um dia

     Estava lá novamente ao lado dele, somente pelo toque no braço, aquele tapinha disfarçado, ele já sabia do que se tratava, -mais cerveja!
     Colocava em seu copo, com uma alegria disfarçada, assim meio de boca torta que só quem conhece sabe que: ou é orgulho ou é alegria.
     Noite quente, cervejinha gelada e o "cú de burro" dela, (acalme-se, nada tão bizarro por enquanto), somente um pequeno copo de limão e sal , que ela tanto gosta, pra acompanhar a cerveja, (ela acha amarga- diz que prefere vinho), enfim a noite está boa, e o Raul está presente! Peixuxa!!!
    -Vamos novamente, ele diz com os olhos muito doces, embriagadamente delicioso, (ela acha): - una mas?       
     Ele sorri descaradamente pegando a Tequila que esta guardada há um ano, aguardando certa aprovação, escuta de longe -aaah bem minha Teeeeequilaaaaa? ,mas  ela sorri, (o sorriso é um sinal de aprovação) então ele vai em frente, envolvendo-a nos braços, ( em um só, em outro está a garrafa), a noite realmente promete, e agora que o trabalho de vampiro acabou, -tem um novo morador em casa, ela exclama feliz!, como se tivesse acabado de casar depois de 10 anos, estavam dormindo juntos novamente.
     A mesa da cozinha , o Raul nas minas do rei Salomão e a pequena acompanhando, com a taça cheia.... de suco!
     Quantas exclamações...,eu que vejo de longe penso: eles merecem:  Muitas , muitas exclamações, estão felizes, ele diz á pequena que escove os dentes,  enquanto ela está a procura das musicas no "note".
    - Adoro te deixar bêbasso,  diz ela, nessas alturas a pequena ja foi dormir  e a cerveja esta no auge, após a tequila, é claro, ele  já "bate cabeça" na mesa e nem disfarça mais a boca torta,... -Toca Raul!
     -Agora estou atrás do computador, preciso drenar este rio que me inunda!, diz ele, as frases são desconexas, e ela acha muita, muita graça,  mas sabe o que ele quer dizer, ela o ama imensamente, e tudo é lindo, ele bêbado e feliz, dizendo que seria legal colocar no msn a frase : " estou tão lindo, porém bem mais perigoso", mas enfim, que agora  não pode, pois o trampo mudou e tal, tem um cargo de chefia e que tem que se adaptar ao sistema.
     Tudo tudo lindo, ela esta apaixonada, tudo de novo, e como eu, que só observo fico feliz com isso! (MAIS EXCLAMAÇÕES PRO'S DOIS),  ela lhe conta sua mais nova façanha: - aprendi a digitar olhando pra tela!
      Ele fica contente e diz que tambem precisa aprender, pois seu jeito de digitar é ridículo, mas ele dá um jeito de parecer gênio até nesta função, - lembra do filme " uma mente brilalhante",  diz ele - que o cara olhava pras palavras e via os desenhos das mesmas, então, eu faço o desenho da palavra no teclado...
     Lindo lindo , ela sorri satisfeita! Só isso vale a pena !
    É sabado a noite,  e agora a noite é em casa,  eles fazem o que gostam, e não pediram muito, só: - una mas! E sua musica!
     E eu que  sou  seu anjo da guarda, acho mesmo, que merecem muitas exclamações em seu pequeno e
despretensioso palco das horas.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SE

                                           Brendekilde A Wooded Path Autumn-Hans Anderson

Se podes conservar o teu bom senso e a calma


No mundo a delirar para quem o louco és tu…

Se podes crer em ti com toda a força de alma

Quando ninguém te crê…Se vais faminto e nu,



Trilhando sem revolta um rumo solitário…

Se à torva intolerância, à negra incompreensão,

Tu podes responder subindo o teu calvário

Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão…



Se podes dizer bem de quem te calunia…

Se dás ternura em troca aos que te dão rancor

(Mas sem a afectação de um santo que oficia

Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)…



Se podes esperar sem fatigar a esperança…

Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho…

Fazer do pensamento um arco de aliança,

Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho…



Se podes encarar com indiferença igual

O triunfo e a derrota, eternos impostores…

Se podes ver o bem oculto em todo o mal

E resignar sorrindo o amor dos teus amores…



Se podes resistir à raiva e à vergonha

De ver envenenar as frases que disseste

E que um velhaco emprega eivadas de peçonha

Com falsas intenções que tu jamais lhes deste…



Se podes ver por terra as obras que fizeste,

Vaiadas por malsins, desorientando o povo,

E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,

Voltares ao princípio a construir de novo…



Se puderes obrigar o coração e os músculos

A renovar um esforço há muito vacilante,

Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,

Só exista a vontade a comandar avante…



Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre…

Se vivendo entre os reis, conservas a humildade…

Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre

São iguais para ti à luz da eternidade…



Se quem conta contigo encontra mais que a conta…

Se podes empregar os sessenta segundos

Do minuto que passa em obra de tal monta

Que o minute se espraie em séculos fecundos…



Então, á ser sublime, o mundo inteiro é teu!

Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!…

Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,

Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.



Pairando numa esfera acima deste plano,

Sem receares jamais que os erros te retomem,

Quando já nada houver em ti que seja humano,

Alegra-te, meu filho, então serás um homem!…



RUDYARD KIPLING

Desejo

                                                       Onze da manhã- Edward Hoper

Desejo primeiro que você ame,

E que amando, também seja amado.

E que se não for, seja breve em esquecer.

E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim,

Mas se for, saiba ser sem desesperar.



Desejo também que tenha amigos,

Que mesmo maus e inconseqüentes,

Sejam corajosos e fiéis,

E que pelo menos num deles

Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.

Nem muitos, nem poucos,

Mas na medida exata para que, algumas vezes,

Você se interpele a respeito

De suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,

Para que você não se sinta demasiado seguro.



Desejo depois que você seja útil,

Mas não insubstituível.

E que nos maus momentos,

Quando não restar mais nada,

Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.



Desejo ainda que você seja tolerante,

Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,

Mas com os que erram muito e irremediavelmente,

E que fazendo bom uso dessa tolerância,

Você sirva de exemplo aos outros.



Desejo que você, sendo jovem,

Não amadureça depressa demais,

E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer

E que sendo velho, não se dedique ao desespero.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e

É preciso deixar que eles escorram por entre nós.



Desejo por sinal que você seja triste,

Não o ano todo, mas apenas um dia.

Mas que nesse dia descubra

Que o riso diário é bom,

O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.



Desejo que você descubra ,

Com o máximo de urgência,

Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,

Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.



Desejo ainda que você afague um gato,

Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro

Erguer triunfante o seu canto matinal

Porque, assim, você se sentirá bem por nada.



Desejo também que você plante uma semente,

Por mais minúscula que seja,

E acompanhe o seu crescimento,

Para que você saiba de quantas

Muitas vidas é feita uma árvore.



Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,

Porque é preciso ser prático.

E que pelo menos uma vez por ano

Coloque um pouco dele

Na sua frente e diga "Isso é meu",

Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.



Desejo também que nenhum de seus afetos morra,

Por ele e por você,

Mas que se morrer, você possa chorar

Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.



Desejo por fim que você sendo homem,

Tenha uma boa mulher,

E que sendo mulher,

Tenha um bom homem

E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,

E quando estiverem exaustos e sorridentes,

Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,

Não tenho mais nada a te desejar ".


Victor Hugo

domingo, 31 de julho de 2011

Livre pra escolher

                                              Leonid Afremov Night Lonelines


É tudo uma ilusão, estarmos aqui parados, juntos, felizes, livres...


Se fazemos até estes papéis de “livres” pra caber em algum lugar...

Hoje estive pensando, hum, pensar... enfim , a respeito do que não vivi por medo... tanto medo que me segurou, medo infundado, de não ser aceita, de não conseguir...

Fui olhar pra traz e queria poder ir, não ter deixado de fazer...

Agora o que posso fazer?

...escrevo

Podemos escolher? Sapatos , roupas... sermos X ou Y, sermos pouca coisa...

Pouca coisa podemos escolher, (até a liberdade de escolha é uma ilusão e limita-se a tribo que você fatalmente está ligado), acabamos fazendo o que funcionalmente é feito }à séculos, será... se dissermos não?

Está errado? Talvez não mesmo, mas é tão cômodo seguir em fila...

Viver assim fingindo ser liberto..

Cada um na sua tribo, escolhe fazer o que sua tribo quer, o que você quer?

O que eu fiz com meus 30 anos de vida...

O que eu quis de verdade?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Engano da Bondade

Endureçamos a bondade, amigos. Ela também é bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os bichos: também é bondosa a chama nas selvas incendiadas para que os arados bondosos fendam a terra.


Endureçamos a nossa bondade, amigos. Já não há pusilânime de olhos aguados e palavras brandas, já não há cretino de intenção subterrânea e gesto condescendente que não leve a bondade, por vós outorgada, como uma porta fechada a toda a penetração do nosso exame. Reparai que necessitamos que se chamem bons aos de coração recto, e aos não flexíveis e submissos.

Reparai que a palavra se vai tornando acolhedora das mais vis cumplicidades, e confessai que a bondade das vossas palavras foi sempre - ou quase sempre - mentirosa. Alguma vez temos de deixar de mentir, porque, no fim de contas, só de nós dependemos, e mortificamo-nos constantemente a sós com a nossa falsidade, vivendo assim encerrados em nós próprios entre as paredes da nossa estuta estupidez.

Os bons serão os que mais depressa se libertarem desta mentira pavorosa e souberem dizer a sua bondade endurecida contra todo aquele que a merecer. Bondade que se move, não com alguém, mas contra alguém. Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida.

E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reinvindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra.



Pablo Neruda, in "Nasci para Nascer"

OPORTUNISMO

O oportunismo é, porventura, a mais poderosa de todas as tentações; quem reflectiu sobre um problema e lhe encontrou solução é levado a querer realizá-la, mesmo que para isso se tenha de afastar um pouco de mais rígidas regras de moral; e a gravidade do perigo é tanto maior quanto é certo que se não é movido por um lado inferior do espírito, mas quase sempre pelo amor das grandes ideias, pela generosidade, pelo desejo de um grupo humano mais culto e mais feliz.


Por outra parte, é muito difícil lutar contra uma tendência que anda inerente ao homem, à sua pequenez, à sua fragilidade ante o universo e que rompe através dos raciocínios mais fortes e das almas mais bem apetrechadas: não damos ao futuro toda a extensão que ele realmente comporta, supomos que o progresso se detém amanhã e que é neste mesmo momento, embora transigindo, embora feridos de incoerência, que temos de lançar o grão à terra e de puxar o caule verde para que a planta se erga mais depressa.



Seria bom, no entanto, que pensássemos no reduzido valor que têm leis e reformas quando não respondem a uma necessidade íntima, quando não exprimem o que já andava, embora sob a forma de vago desejo, no espírito do povo; a criação do estado de alma aparece-nos assim como bem mais importante do que o articular dos decretos; e essa disposição não a consegue o oportunismo por mais elevadas e limpas que sejam as suas intenções: vincam-na e profundam-na os exemplos de resistência moral, a perfeita recusa de se render ao momento.

Depois, tempo virá na Humanidade - para isso trabalham os melhores - em que só hão-de brilhar os puros valores morais, em que todos se voltarão para os que não quiseram vencer, para os que sempre estacaram ante o meio que lhes pareceu menos lícito; eis a hora dos grandes; para ela desejaríamos que se guardassem, isentos de qualquer mancha de tempo, os que mais admiramos pela sua inteligência, pela sua compreensão do que é ser homem, os que mais destinados estavam a não se apresentarem diminuídos aos olhos do futuro.



Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

NEM SEQUER SOU POEIRA

Não quero ser quem sou. A avara sorte

Quis-me oferecer o século dezassete,

O pó e a rotina de Castela,

As coisas repetidas, a manhã

Que, prometendo o hoje, dá a véspera,

A palestra do padre ou do barbeiro,

A solidão que o tempo vai deixando

E uma vaga sobrinha analfabeta.

Já sou entrado em anos. Uma página

Casual revelou-me vozes novas,

Amadis e Urganda, a perseguir-me.

Vendi as terras e comprei os livros

Que narram por inteiro essas empresas:

O Graal, que recolheu o sangue humano

Que o Filho derramou pra nos salvar,

Maomé e o seu ídolo de ouro,

Os ferros, as ameias, as bandeiras

E as operações e truques de magia.

Cavaleiros cristãos lá percorriam

Os reinos que há na terra, na vingança

Da ultrajada honra ou querendo impor

A justiça no fio de cada espada.

Queira Deus que um enviado restitua

Ao nosso tempo esse exercício nobre.

Os meus sonhos avistam-no. Senti-o

Na minha carne triste e solitária.

Seu nome ainda não sei. Mas eu, Quijano,

Serei o paladino. Serei sonho.

Nesta casa já velha há uma adarga

Antiga e uma folha de Toledo

E uma lança e os livros verdadeiros

Que ao meu braço prometem a vitória.

Ao meu braço? O meu rosto (que não vi)

Não projecta uma cara em nenhum espelho.

Nem sequer sou poeira. Sou um sonho



Jorge Luis Borges, in "História da Noite"

Tradução de Fernando Pinto do Amaral

NEM SEQUER SOU POERI

domingo, 13 de março de 2011

O HOMEM MEDÍOCRE

    "Desgraçadamente, todavia, os medíocres costumam olvidar sua hierarquia inferior e pretender tocar a marcha, com a irrisória pretensão de que outros marquem o compasso de seus desafinamentos. Tornam-se então, perigosos e nocivos. Detestam os que não podem igualar, como se, apenas com existirem, os ofendessem. Sem asas para se elevarem até eles, decidem rebaixá-los: a exiguidade do próprio valor os induz a roer o mérito alheio. Cravam seus dente em toda reputação que os humilha, sem suspeitar que nunca é mais vil tal conduta humana. Basta esta caracterísitica para distinguir o doméstico do digno, o ignorante do sábio, o hipócrita do virtuoso, o vilão do cavalheiro. Os lacaios podem fuçar a fama; os homens excelentes não sabem envenenar a vida alheia."

José Ingenieros

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Acreditar

"[...]  E aconteceu que, estando eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.
Abriram-se - lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós nosso coração, quando pelo caminho, nos falava[...]"

Lucas 24: 30 a 32.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Que ninguem te segure!

                                                         Sunrise-1.965 Roy Lechtenstein

Quero mesmo:

Que ninguem te segure,

que suas asas fiquem,

cada vez mais fortes,

pra que voce possa alçar vôos,

cada vez mais altos,

para  que assim portanto,

voce possa,

enxergar paisagens,

cada vez mais lindas!





                                                    

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A SOBERBA E SUA RELAÇÃO COM A INCOMPETENCIA (um jogo de hipocrisia)

                                           CARICATURAS POLITICAS DE HONORÉ DAUMIER

               ANDEI PENSANDO A RESPEITO DA PROFISSÃO "GLAMOUROSA" DE ADVOGADO, ORA, POIS É ISSO QUE É.
               POIS BEM, E POR SER ASSIM, MUITAS "BESTAS BRILHANTES" ANDAM POR AI ENGRAVATADAS E /OU CHEIAS DE JÓIAS DE GRIFE, ENVOAÇANTES PELOS CORREDORES DOS FÓRUNS SEM NEM SABER O QUE ESTÃO FAZENDO...
               OU SEJA, O MITO CRIADO EM VOLTA DA PROFISSÃO, (SEI LÁ DE ONDE), DO UNIVERSO DE CANETAS TINTEIRO DE OURO, CARROS IMPORTADOS REQUINTADÍSSIMOS,  WHISKS CARÍSSIMOS ENVELHECIDOS EM  TONÉIS DE MADEIRAS  EXTRAIDAS DE ARVORES PLANTADAS NOS TOPOS DA MONTANHA MÁGICA... (UFA) ...E BLÁ BLÁ BLÁ.
            ENFIM A  COISA TODA DO GLAMOUR IMPEDE QUE O SUJEITO SIMPLESMENTE TOME UMA INFORMAÇÃO, (-HUM,  JAMAIS ME REBAIXARIA), ASSIM, O SER NÃO É HUMILDE, POUCOS O SÃO, E A CONSEQUENCIA:
             HEHE HEHE É AMIGO CLIENTE, É VOÇE FICAR NA MÃO!
POR QUE O SUJEITO  ESTA NUM ESTADO DE ENSIMESMAMENTO: NA SUA GRANDEZA E... BURRICE, (ISSO MESMO)!!!
            ISSO É RUIM, POIS O TRABALHO DEVE SER ENTREGUE AO CLIENTE DE FORMA COMPETENTE, TÉCNICA E HUMANAMENTE SOCIAL.
           MILHÕES SAEM DA FACULDADE POR ANO, SEM SABER DE METADE DO QUE DEVERIA, PRECISANDO APRENDER E IMPEDIDOS DE PERGUNTAR POR CONTA DO AMBIENTE FUNCIONAL E SOCIAL JÁ CRIADO PRA ELES, PELOS SEUS ANTECESSORES, AQUELE AMBIENTE DA SOBERBA!
              GENTE VAMOS PERGUNTAR SE NÃO SABEMOS, AFINAL DE CONTAS TEM ALGUEM ESPERANDO UMA RESPOSTA CERTA E NÃO UM MEIO TERMO RAZOÁVEL.
              NÃO É FEIO, NÃO HUMILHA, NÃO TIRA DINHEIRO, AO CONTRÁRIO TORNA HUMANO E HONESTO, E NÃO MAIS UM ASNO ENFEITADO.


mais alguem pensando a respeito ( E BEM MELHOR QUE EU):



"Honoré Daumier foi um dos maiores artistas franceses do século XIX. Foi um mestre da estampa, da litografia e um escultor e pintor de mérito. A sua forma de desenhar a chuva, a neve e os efeitos da luz anteciparam em vinte anos as descobertas dos impressionistas. Mas, para além disso, foi o “inventor” da caricatura política na imprensa. Foi o único desenhador gráfico a cumprir prisão em toda a História da imprensa francesa (em 1832, cumpriu seis meses porque desenhou o rei Louis-Phillippe como Gargântua) e, talvez por isso, a sua verve foi particularmente encarniçada com “les gens de la Justice”. A sua pluma transformou a figura do advogado no arquétipo do burguês cheio de vento e sem escrúpulos.


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Como não pensar em Honoré Daumier a propósito deste regulamento para um concurso de cartoons e caricaturas elaborado pelo Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados?

– O prémio é interessante, o tema aliciante e as condições sensatas, mas leiam as “notas finais” (ponto 9 e seguintes) e ficarão a saber que, comprando apenas um desenho, todos os outros (originais ou cópias) “ficarão a ser da propriedade plena do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados para todos os efeitos (…)” e que “qualquer reclamação será decidida sem direito a recurso”.

Trata-se do mesmo artifício capcioso e pulha utilizado há uns meses (para angariar legalmente ilustrações, desenhos e caricaturas praticamente “à borla”) por um dos maiores grupos económicos do centro do país aquando da fase de lançamento do seu “diário de grande circulação e prestígio”. Elucidativo, não? Já o meu avô dizia que “quem com putas joga o vinte, ou fica pobre ou pedinte”.

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Não deixo de achar curioso que tão distinta Ordem, um grémio de patuscos que se reclama como baluarte do Estado de Direito e “dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, continua afinal, em sua própria casa, 150 anos depois, a corresponder em traços gerais ao arquétipo fixado no cobre pelo buril certeiro do grande Daumier."

Gostou? visite o blog do Fernando Campos : " O SITIO DOS DESENHOS"
FONTE: http://ositiodosdesenhos.blogspot.com/2010/02/o-plano-inclinado-do-direito.html