terça-feira, 29 de junho de 2010

65 anos- Raul Seixas e eu

     

       Raul Seixas, o meu herói  vanguarda, estilo único, o meu herói retrô - estaria completando ontem 65 anos de idade!
      65 anos cheios de inteligencia alternativíssima, cheios de vontade de romper com o velho, cheios de idéias inovadoras.
       Me lembro de muito pequena ainda, em meados de 88/87 estar sempre ouvindo Raul : Maluco Beleza- meu padrasto ouvia no carro, e vinhamos ouvindo eu ele e minha mãe, domingão à tarde de volta do rio, (que todo mundo na cidade ia), interior de São Paulo, quente que só!
        Pois é, fitinha cassete tá lembrando ai?
        Daquelas que vc tinha que virar, lado A- lado -B, e começava de novo ..."vou ficaaaaaaaaaaaaaaaaa haaaaaaaaaa ficar com certeza maluco beleza..." ai , entrava a parte que eu mais gostava, e nem tinha idéia, (é que no fundo eu me sentia muito diferente -com 7 anos, um prodígio hehe)..."esse caminho que eu mesmo escolhi, é tão facil seguir, por não ter aonde ir..." aff, éra como se meu peito, se libertasse de alguma opressão, e eu cantava, (gritava a música né)!
     Meu pai,  já falecido éra um mistério, pois que eu o perdi  não tinha nem um ano de idade, (dai o mistério), só o que sabia éra o que contavam, que ele éra assim, "maluco beleza", e eu ouvia a música que me fazia  lembrar de algo, com saudade e orgulho, algo, porém, que eu não conhecia um ser distante- o meu pai, que o Raul tratou logo de juntar!
     Dai começava, o outro lado da fitinha, e então éra uma loucura na minha cabeçinha:  "O dia em que a terra parou", imagine só os professores não sairem pra lecionar pois não tinham mais nada pra ensinar, eu amava a idéia, e fantasiava... o mundo todinho parado.... parecia táo legal!
    Assim meu Raul e eu começamos a nossa relação, muito cedo, muito cedo...
tambem sem tempo de conhecer, achei depois na adolescencia que éra muito tarde, eu é que tinha nascido muito tarde, sem tempo de curtir os anos 60 e 70, a Janis, os Doors, o auge do Led Zepelin, o Kiss porque não?, o Renato e o Raul!!!
Fica a saudade de tudo que não vi, o amor e ai...
meus vinis!
Parabéns Raul meu querido canceriano sem lar!!!!

terça-feira, 8 de junho de 2010

O FILHO DAS SOMBRAS

                                                        TARSILA --- OPERÁRIOS




O filho das sombras espreita:

-Entregue-se ao mal!


Veja que belo sorriso
Da dama de dentes de marfim
Com grandes olhos azuis
Uma ilusão fascinante
A diáfana sílfide vestida de carmim,

Canções que ouves ao longe
tão belas notas vocais:
-São súcubus que a noite aparecem,
Belas criaturas infernais


E você vai deixar que penetrem
suas línguas em teus ouvidos,
que te amarrem e te levem,
à algum lugar do infinito.


E tu aceitas as loucas
Que o levam pelas mãos
Você quer,
não resiste e não pode,
Jamais dizer-lhes:: - não!


Estas tão envaidecido,
com as ninfas da mentira,
e não consegue enxergar,
que te arrancam o coração.
E brigam por seus pedaços,
Vis, como um bando de cães.


-Esta é a tua recompensa,
por ter me sido fiel
um assassino covarde:
-encha-se tua língua de fel!


Tu davas sentenças de morte
A toda dama e criança
que lhe cruzasse a visão


Derramavas sangue inocente,
para matar tua fome
aplacar a alma doente
Irrefreável e sádico,
porém racional e inclemente.


Tome a parte que lhe cabe
o último gole gentil
oferecido à ti: - tão amável!
Por mais um corpo sem vida,
dilacerado e servil.


-Venha! E me conte a tua estória.
-Vou te ouvir por algo em troca
É o mundo das vantagens!
Pois fizeste o meu trabalho


Espalha a noticia no mundo
O homem é o centro de tudo
O ridículo ser que governa
É o asno com o cetro na mão


É um pobre filho do mundo
Fruto de orgia noturna
O pecado entranhado é profundo
É tentado a não resistir


Certo que será o primeiro
Grita que é o rei do mundo!!!!
O arrogante insensato
o hipócrita envergonhado


A espada que invejava teus olhos
Jamais saberás manejar
É equipamento divino
Nunca ouses tocar


infame filho escolheste
outro caminho trilhar
entregou-se aos encantos da besta
que lhe parecia amar!








...O POVO, MASSA FALIDA, BESTA FERA SEM RUMO NEM DIREÇÃO"

eu fico pensando, se sou mais um numero, só mais uma contribuinte, só uma peça...
  pensando assim minha importancia, (que é isso) nem existo,
mas se eu não funciono... bem, nada para.
E... se eu me calo, tudo continua igual.
mas se eu falo, eu posso me arriscar, embora possa ser o inicio: de uma revolução!

Chega de ficar em cima do muro.

não sei direito onde por agudos e travessões

quinta-feira, 3 de junho de 2010