quinta-feira, 6 de maio de 2010

Nostalgia


                                          Meninos soltando pipas - 1947 Portinari

Saudade do sol quente da minha terra


Lá longe onde deixei raiz

Da janela de onde via o pasto

Do rádio velho “am” e dos bolos de fubá



Saudade do sol quente da minha rua

Da bicicleta vermelha

De não ter nojo de tocar na terra

De andar descalça



Saudade do sol quente das quadras

da escola

das dores de barriga de mentira

das festas juninas



Saudade de aprender a ficar intelectual

da turma de teatro

do vinho barato

...das conversas tão caras, saudade do Eduardo!



Saudade de tomar chá e ouvir blues na varanda

Saudade do meu amigo multifacetado

O meu guru amalucado

O meu personagem de terror







Saudade do sol quente da minha terra

Saudade da tristeza e da incerteza que sentia

Sem saber... se você ia aparecer

das amarulas de conhaque e “leite moça’



Saudade do sol quente de Tupã

Saudade da verdade, da ingenuidade

dos amigos protetores

dos sons tão sofredores



Dos nossos amores
do sol quente de Tupã

3 comentários:

  1. Lindo, Samy! Quantas saudades eu tenho da verdade e da ingenuidade. Da ingenuidade de achar tudo verdade. Das verdades ingênuas...Do sol quente das quadras da escola e de não ter nojo de tocar na terra. E de muitos amigos... Adorei, querida. Obrigada.

    Um alegre fim de semana e um especialíssimo domingo, com muito carinho e ternura. Um abraço protetor e um carinhoso beijo.

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  2. Samy...

    A saudade é algo que não nos deve entristecer! Pelo contrário, devemos estar felizes por termos vivido esses momentos!!!

    Beijos
    AL

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